Maioria da bancada mineira vota pelo impeachment da presidente Dilma

A maioria esmagadora da bancada mineira na Câmara dos Deputados votou pela continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Foram 41 votos a favor e apenas 12 contra o impedimento entre os 53 parlamentares de Minas Gerais.

O primeiro a votar foi o deputado Adelmo Leão, do PT, rejeitando o impeachment. A votação foi encerrada por Zé Silva, do Solidariedade, que concordou com o relatório e deu continuidade ao rito.

Os votos dos deputados mineiros foram dados com muito entusiasmo. Em cada fala, os outros parlamentares reagiam a favor, com palmas, ou contra, com vaias. Newton Cardoso Jr. (PMDB) foi um dos que votaram a favor do impeachment. “Dirijo meu tom à população brasileira neste momento. Em especial todas as famílias e a juventude mineira pela retomada do crescimento de nosso país. Por um Brasil melhor e responsável, pela esperança no coração de todos os brasileiros, por Minas Gerais e todos os cidadãos brasileiros. Eu, Newton Cardoso Jr., voto sim”, afirmou. 

O deputado sub-tenente Gonzaga (PDT) acompanhou Newton Cardoso Jr.. “Sou policial militar em Minas Gerais. Categoria que vive e morre todos os dias neste Brasil com mais de 60 mil vítimas anuais em consequência da impunidade. Se a impunidade tem uma mãe, uma origem e um DNA, essa é a corrupção. E por acreditar e poder contribuir com o combate de corrupção, inclusive desta casa, da direita a esquerda, eu voto sim”, comentou.

Dos votos contra o impedimento da presidente Dilma, um dos que mais provocaram movimentação na Câmara foi de Patrus Ananias (PT). “Na minha sexagenária caminhada de militante político e social cristão, jamais ouvi tantas afrontas ao segundo, quarto e sétimo mandamentos da lei de Deus. Quero dizer que colegas deputados e deputadas que reassumi nesta casa o mandato que o povo de Minas escolheu para lutar contra três golpes que as forças mais conservadoras querem impor no país. Estamos aqui para impedir um golpe”, afirmou. 

O deputado Leonardo Monteiro (PT) também votou contra. “Quero dizer que não reconheço legitimidade neste processo. Temos um presidente da Câmara que não tem legitimidade para conduzir um processo como este. Se não tem crime, é golpe”, discursou. 

Os parlamentares dos dois lados também evocaram políticos ou figuras históricas do estado como Tancredo Neves, Juscelino Kubitschek, Itamar Franco e Tiradentes. Foi o caso de Fábio Ramalho (PMDB), que votou ‘Sim’ e de Jô Moraes (PCdoB), que optou pelo ‘Não’. “Pedi a Deus que me iluminasse e me desse sabedoria para votar com dignidade em nome desse estado que, como disse Tancredo, o outro nome é liberdade”, afirmou o deputado. Jô também recordou o ex-presidente falecido em 1985. “Em homenagem àqueles que deram suas vidas para que a democracia florescesse, para que os filhos das famílias brasileiras não vivam o que eu vivi na ditadura, digo não a essa fraude jurídica e a essa farsa política de Michel Temer e Eduardo Cunha. Lembro aqui as palavras de Tancredo: o primeiro compromisso de Minas é com a liberdade. A luta apenas começou”, bradou.

Durante os votos da bancada mineira, um fato chamou a atenção. O deputado Marcelo Álvaro Antônio (PR) retornou ao microfone pouco tempo depois de discursar para mandar um beijo para o filho.

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Por: Click Carangola | Com informações Estado de Minas.

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