Casais homossexuais têm o direito de adotar uma criança? Para uma família de Uberaba o preconceito não assusta. A enfermeira Cecília de Ávila e a artesã Ana Claudia dos Santos se conheceram há nove anos. A vontade de ter um filho surgiu depois de quatro anos de relacionamento.
Foi assim que Ezequiel e Laura chegaram à família. Na certidão de nascimento os dois são filhos apenas de Cecília. Já o caçula, André, é oficialmente filho das duas. A adoção definitiva saiu há 15 dias. O fato é inédito na cidade. É a primeira adoção feita por um casal homossexual. Para as crianças, ter duas mães é como receber carinho em dobro.
Segundo o advogado Antônio Pinto de Sousa Junior, que coordena o Grupo de Apoio à Adoção em Uberaba (Graau), o caminho percorrido por Ana e Cecília foi o mesmo de um casal hetero.
A lei atual não fala em orientação sexual para a adoção. A justiça é que decide cada caso. É justamente nisso que o Congresso Nacional pode mexer. Um projeto em tramitação quer proibir de forma explícita, a chamada adoção por casais homoafetivos – dois homens ou duas mulheres. A justificativa é de que não é uma família e as crianças ficariam constrangidas.
A psicóloga Eliane Cordeiro é contra a proibição. Para ela, o impacto gerado na sociedade é passageiro. O afeto é importante para a família enfrentar o preconceito.
Por: Click Carangola