Governo de Minas decreta situação de emergência em áreas com surto de febre amarela

BELO HORIZONTE – O governo de Minas Gerais decretou situação de emergência em saúde pública por 180 dias nas áreas do estado onde há surto de febre amarela.

O decreto contempla 152 cidades no entorno de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, na Região Leste, Manhumirim, na Zona da Mata, e Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha e Mucuri (veja a lista das cidades no fim da reportagem). Em Minas, 30 pessoas morreram com sintomas da doença neste ano.

Deste total, 10 mortes são consideradas prováveis, pois os pacientes tiveram exame laboratorial preliminar positivo, conforme o último Informe Epidemiológico divulgado pelo governo.

O decreto autoriza a adoção de medidas administrativas necessárias à contenção do surto, em especial a aquisição de insumos, materiais e a contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação emergencial. Fica admitida também a contratação de pessoal para ajudar no combate à doença e autorizada a criação de um comitê para monitoramentos dos casos e prevenção, que recebe o nome de sala de situação. Durante a validade da situação de emergência, poderá haver dispensa de licitação.

Das 152 cidades abrangidas, 21 apresentam casos notificados e prováveis de febre amarela. A secretaria esclarece que é adotada a estratégia de ampliar a área de atenção para facilitar o monitoramento de casos. A condição de surto ocorre quando há um aumento do número de casos de determinada doença em relação ao esperado em uma região localizada.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus, que pode levar à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. De acordo com o Ministério da Saúde, a doença é transmitida por mosquitos e comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus.

A Secretaria de Estado de Saúde afirma que a transmissão na área rural está relacionada ao mosquito Haemagogus. A febre amarela também é transmitida pelo Aedes aegypti, mas somente em ambiente urbano. O órgão afirma que não recebeu nenhuma notificação de caso em área urbana.

Notificações de febre amarela

Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou, na tarde desta quinta-feira (12), que as notificações de mortes de pessoas com suspeita de febre amarela subiram para 30 em Minas Gerais em 2017. Em relação ao último balanço, são 16 novos óbitos suspeitos. O número de casos suspeitos chegou a 110.

Segundo a SES, das 30 mortes, dez são óbitos prováveis da doença, porque os pacientes tiveram exame laboratorial preliminar positivo. A confirmação ainda depende de mais investigação. Essas ocorrências foram em quatro municípios do Vale do Rio Doce – Piedade de Caratinga (3), Ubaporanga (1), Ipanema (1) e Itambacuri (1) – e em duas cidades do Vale do Mucuri – Ladainha (3) e Malacacheta (1).

Já as notificações de casos suspeitos subiram, em relação ao último balanço, de 48 para 110. Segundo a secretaria, 20 são casos prováveis e se referem a homens, com média de idade de 42 anos.

A cidade com maior número de notificações é Ladainha, onde 31 suspeitas foram registradas. Na sequência, aparecem três cidades do Vale do Rio Doce: Caratinga, com 20 registros, Imbé de Minas, com 14, e Piedade de Caratinga, com 12.

Também há ocorrência de casos suspeitos em Entre Folhas (2), Inhapim (2), Ipanema (4), Itambacuri (5), São Domingos das Dores (1), São Sebastião do Maranhão (1) e Ubaporanga (6), no Vale do Rio Doce; Frei Gaspar (1), Malacacheta (4), Poté (6) e Setubinha (1), no Vale do Mucuri.

Em Minas, conforme a SES, 13 cidades tiveram registro de morte ou aparecimento de primatas doentes. Seis delas – Ipatinga, Água Boa e São Pedro do Suaçuí, no Vale do Rio Doce, Durandé e Simonésia, na Zona da Mata, e Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri – não tem registros de casos suspeitos em humanos.

Veja listagem dos 152 municípios:

Unidade Regional de Saúde: Coronel Fabriciano – 35 municípios:
Açucena
Antônio Dias
Belo Oriente
Bom Jesus do Galho
Braúnas
Bugre
Caratinga
Coronel Fabriciano
Córrego Novo
Dionísio
Dom Cavati
Entre Folhas
Iapu
Imbé de Minas
Inhapim
Ipaba
Ipatinga
Jaguaraçu
Joanésia
Marliéria
Mesquita
Naque
Periquito
Piedade de Caratinga
Pingo-D’água
Santa Bárbara do Leste
Santa Rita de Minas
Santana do Paraíso
São Domingos das Dores
São João do Oriente
São Sebastião do Anta
Timóteo
Ubaporanga
Vargem Alegre
Vermelho Novo

Unidade Regional de Saúde: Governador Valadares – 51 municípios:
Água Boa
Aimorés
Alpercata
Alvarenga
Cantagalo
Capitão Andrade
Central de Minas
Conselheiro Pena
Coroaci
Cuparaque
Divino das Laranjeiras
Divinolândia de Minas
Engenheiro Caldas
Fernandes Tourinho
Frei Inocêncio
Frei Lagonegro
Galiléia
Goiabeira
Gonzaga
Governador Valadares
Itabirinha de Mantena
Itanhomi
Itueta
Jampruca
José Raydan
Mantena
Marilac
Mathias Lobato
Mendes Pimentel
Nacip Raydan
Nova Belém
Paulistas
Peçanha
Resplendor
Santa Efigênia de Minas
Santa Maria do Suaçuí
Santa Rita do Itueto
São Félix de Minas
São Geraldo da Piedade
São Geraldo do Baixio
São João do Manteninha
São João Evangelista
São José da Safira
São José do Jacuri
São Pedro do Suaçuí
São Sebastião do Maranhão
Sardoá
Sobrália
Tarumirim
Tumiritinga
Virgolândia

Unidade Regional de Saúde: Manhumirim – 34 municípios:
Abre Campo
Alto Caparaó
Alto Jequitibá
Caiana
Caparaó
Caputira
Carangola
Chalé
Conceição de Ipanema
Divino
Durandé
Espera Feliz
Faria Lemos
Fervedouro
Ipanema
Lajinha
Luisburgo
Manhuaçu
Manhumirim
Martins Soares
Matipó
Mutum
Orizânia
Pedra Bonita
Pedra Dourada
Pocrane
Reduto
Santa Margarida
Santana do Manhuaçu
São João do Manhuaçu
São José do Mantimento
Simonésia
Taparuba
Tombos

Unidade Regional de Saúde: Teófilo Otoni – 32 municípios:
Águas Formosas
Angelândia
Ataléia
Bertópolis
Campanário
Caraí
Carlos Chagas
Catuji
Crisólita
Franciscópolis
Frei Gaspar
Fronteira dos Vales
Itaipé
Itambacuri
Ladainha
Machacalis
Malacacheta
Nanuque
Nova Módica
Novo Cruzeiro
Novo Oriente de Minas
Ouro Verde de Minas
Padre Paraíso
Pavão
Pescador
Poté
Santa Helena de Minas
São José do Divino
Serra dos Aimorés
Setubinha
Teófilo Otoni
Umburatiba

Por: Click Carangola | Com informações SES e G1.

Deixe sua opnião

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *