O estranhamento é que somente dois veículos e um profissional de comunicação foram convidados para debater o tema na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, enquanto diversos outros foram informados apenas ao receber o release da ALMG.
Além dos portais de conteúdo, a região de 142 municípios tem emissoras de rádio, jornais impressos e emissoras de televisão que não foram convidadas.
Adiada:
A audiência pública da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para debater o jornalismo na Zona da Mata, anteriormente agendada para as 16 horas desta terça-feira (15/6/16), foi adiada. A suspensão atende a pedido do próprio deputado Isauro Calais (PMDB), que havia requerido a reunião.
Segundo o gabinete do deputado, o adiamento da reunião decorre de um equívoco ocorrido na lista de convidados, erro que teria causado a supressão de importantes veículos de comunicação da região, os quais o deputado Isauro Calais faz questão que participem da audiência.
Diante disso, o parlamentar ponderou que a melhor solução seria adiar a reunião. A nova data será informada posteriormente.
O manifesto culminou com uma carta aberta divulgada em conjunto pelos portais nesta segunda-feira:
Carta aberta ao deputado estadual Isauro Calais
Prezado deputado,
Os veículos de comunicação abaixo-assinados vêm respeitosamente diante de Vossa Excelência protestar pela forma discriminatória e excludente que o senhor dispensa à imprensa regional.
O motivo ficou explícito na audiência sobre a “Imprensa na Zona da Mata”, que vai acontecer nesta quarta-feira (15), na Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na qual estarão representados apenas um veículo de comunicação impresso, um colunista e um chefe de Executivo.
Além de não representarem, somente os três, a imprensa regional, apesar de exercerem papel significativo no meio, convidar apenas um veículo de comunicação para um evento que pretende tratar do assunto em uma região tão grande é, no mínimo, estranho, para não dizer tendencioso, e chega a colocar em dúvida a credibilidade da audiência.
Afinal, entre tantos veículos, por que apenas um foi escolhido e quais os critérios utilizados?
O deputado, que é da Zona da Mata, dá a entender desconhecer a realidade atual da imprensa na região em que nasceu e vive.
Há muitos anos, a internet entrou definitivamente na vida das pessoas e os sites de informação ganharam a audiência e a credibilidade da população no mundo, no Brasil e, claro, também na Zona da Mata. Por isso, hoje, se tornaram também principais fontes de informação, por sua agilidade e penetração.
Os sites de notícias que existem nesta região são responsáveis por levar informação de qualidade e com agilidade à quase totalidade da população. Estes mesmos veículos de informação possuem uma audiência crescente e fiel e são hoje, incontestavelmente,sua principal fonte de notícia. Portanto, não se concebe uma audiência sobre a imprensa na Zona da Mata sem a presença de representantes deste meio.
É estranho o fato de um deputado da região, que deveria ser conhecedor da realidade, ignorar a existência destes outros veículos de comunicação na hora que o Poder Legislativo de Minas Gerais decide abordar o tema.
Se este é o momento de discutir a imprensa da Zona da Mata, a mídia digital exige ser ouvida. Inclusive, que a pauta aborde os problemas enfrentados por estas pequenas empresas cuja bandeira convidamos o deputado a ser seu porta-voz, a fim de minimizar suas dificuldades e democratizar o acesso destes veículos à informação, bem como aos repasses das verbas publicitárias, hoje dedicadas quase exclusivamente aos grandes veículos.
Por: Click Carangola