Chuvas colocam atividade leiteira na Zona da Mata em risco

As fortes chuvas que atingiram a Zona da Mata, em Minas Gerais, provocaram reflexos na produção leiteira. As estradas dificultam o escoamento da produção e com isso, laticínios ficaram prejudicados e há produtores que reduziram a retirada do leite.

Muriaé produz 100 mil litros de leite por dia. São dois mil produtores. Todos, segundo o sindicato da categoria, foram atingidos pelas fortes chuvas em 2011. Nas estradas, o cenário é de muita lama e pontes foram interditadas. O trator é utilizado quase que o dia inteiro para liberar o tráfego. Em uma propriedade com duas mil cabeças de gado, a produção diária é de sete mil litros de leite. Com a enchente, a queda foi de 20% na retirada por falta de local suficiente para armazenar o produto. Vários pontos foram inundados e um dos retireiros conta que, por sorte, os animais resistiram ao temporal.

As chuvas afetaram a rotina da fazenda. Os animais têm dificuldade para transitar pela pastagem, já que lama cobriu o capim, o que dificulta a alimentação. De acordo com o engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Fernando Martins Peixoto, para agravar, muitos currais não são calçados e os animais se irritam com o barro. Ainda segundo Fernando, por causa do acesso comprometido à zona rural, não foi possível dimensionar o prejuízo na produção leiteira do município.

Em outra propriedade da área, a enchente invadiu a casa e o estábulo. As marcas da água estão em diversas paredes e no matagal. O produtor Roberto Carvalho conta que o tanque de expansão chegou a boiar, o que impossibilitou a coleta e o armazenamento do leite. Ele possui 200 cabeças de gado e a produção de 400 litros diários reduziu em 40%. O produtor rural ficou cinco dias sem fazer a ordenha. Agora, pensa em desistir da atividade leiteira.

Em uma ponte construída na década de 80, e que dá acesso a um dos principais laticínios da cidade, o volume do rio ainda é intenso. Uma estrada que liga a zona rural virou um rio e a área de pastagemfoi tomada pela água.

Em um laticínio da região, a média de captação, que é 20 mil litros de leite por dia, diminuiu em 15% na primeira semana deste ano. A empresa recebe o leite de 800 produtores. Já houve dia em que os caminhões não conseguiram chegar às propriedades rurais. Risco do leite azedar e um custo a mais com a manutenção dos veículos.

Confira o vídeo:

 Informações: TV Panorama.

Por: Click Carangola

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