O presidente da Comissão dos Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados, Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou nesta segunda-feira que representa a maioria da população brasileira, e que “não tem um pai de família se manifestando” contra ele.
O parlamentar se disse perseguido por um único grupo, o LGBT (lésbicas, gays, transexuais e travestis). As declarações foram dadas em entrevista ao Programa do Ratinho no SBT.
“Queria que você me mostrasse algum pai de família ali. Não tem. Não tem um pai de família se manifestando contra mim, porque pai de família tem de estar trabalhando para colocar um pão dentro de casa, pra dar estudo para os seus filhos”, disse o parlamentar.
Segundo ele, os protestos contra eles ocorrem, pois anteriormente a CDH era utilizada como “quartel-general” do grupo que ele hoje, diz, o persegue. Segundo ele, ativistas gays se beneficiavam da comissão antes de sua chegada. “Estou firme, inabalável, como os montes de Sião”, disse o pastor sobre a possibilidade de deixar a presidência da comissão.
Segundo o pastor, os protestos reuniram menos de cinco mil pessoas em todo o Brasil, enquanto em apenas um evento, em Rondônia, ele conseguiu reunir cerca de 20 mil fiéis.
O pastor afirmou que ele e sua família têm sofrido ameaças de mortes. O parlamentar afirmou que recebeu ao menos 50 ameaças de morte, e que é alvo de manifestações de ódio. Ele classificou o beijo dado por duas mulheres, em um culto em que o deputado esteve presente, como um ato que incita o ódio.
Ele afirmou que sua filha o questionou sobre suas declarações tidas como racistas, e afirmou que o fato é “doído”. A turma lá do outro lado é cruel nesse sentido”, afirmou.
Para pastor, sua saída desmoralizaria o Congresso
Feliciano afirmou ainda que não deixará a presidência da comissão, pois o ato desmoralizaria o Congresso Nacional. Ele afirmou que, caso deixasse seu cargo, ficaria comprovado que “qualquer grupinho” pode derrubar um parlamentar. Segundo Feliciano, com R$ 2 mil é possível comprar um grupo de 15 pessoas em Brasília para promover protestos e manifestações contrárias a uma pessoa.
O pastor disse que, atualmente, 198 projetos voltados para o combate de preconceito contra homossexuais existem na Câmara. Questionado, ele disse que existe sim, hoje, uma ditadura gay.
Pastor disse que se tivesse ficaria supresso se tivesse filho homossexual
Questionado sobre sua reação caso tivesse um filho homossexual, Feliciano disse que ficaria “surpreso”, pois a sexualidade é orientada e, em um lar “sadio”, com um pai e uma mãe, “ele raramente teria esse tipo de comportamento”. O pastor disse que, mesmo se isso ocorresse, não deixaria de amar seu filho.
Deputado cita apelidos
Feliciano disse que sofre com excesso de hormônios e, por isso, sofreu com piadas e preconceito em sua infância. Segundo ele, quando criança, recebia apelidos como “Capitão Caverna”, “urso do cabelo duro”, “gordinho” e “filho de mãe solteira”. Ele confirmou que, por conta do seu problema, tira a sobrancelha e também faz progressiva em seu cabelo.
Artistas não são referência, diz pastor
Sobre os artistas que se manifestaram contrários a seu cargo na CDH, Feliciano diz que não se deixa levar pela opinião de artistas, que, segundo ele, vivem em um “mundo de fantasia”, com álcool, festas e drogas.
Polêmica trouxe benefícios
Para o pastor, a polêmica em torno de sua eleição para o cargo beneficiou o PSC, que inclusive lançará candidato próprio à presidência em 2014. Segundo o deputado, a sigla marcou sua bandeira, de defesa da família, e mostrou força com a situação.
Apesar da dificuldade em conduzir as sessões da CDH por conta de protestos, inclusive tendo seguidas reuniões interrompidas por conta das manifestações, Feliciano disse que seu trabalho na CDH já vem gerando frutos e a comissão está de “vento em popa”. Com informações da Assessoria e portal Terra.
Por: Click Carangola | Sugestões de pauta: clickcarangola@gmail.com