O prejuízo com o pagamento destes benefícios atinge, até o momento, cerca de R$ 2,5 milhões, conforme cálculos da Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista (CGINT).
De acordo com as informações iniciais divulgadas pela PF, foram cumpridos na cidade dois mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal de Manhuaçu-MG. Uma vez condenados, os investigados estarão sujeitos à pena máxima de 26 anos de reclusão.
Participam da operação 16 policiais federais e dois servidores da CGINT da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
A ação foi batizada em referência a um dos significados da palavra latina Virtus, relacionado a poder, uma vez que o servidor envolvido na fraude valia-se da senha master de gerente para praticar as fraudes.
Outras informações sobre as investigações serão repassadas em coletiva na Delegacia de Polícia Federal de Juiz de Fora ainda nesta quarta-feira (03).
Auditoria apontou fraudes
A investigação a partir de auditoria realizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Juiz de Fora-MG descobriu que o gerente em exercício da ARPS Carangola concedeu entre os anos de 2017 e 2019, cerca de 120 benefícios previdenciários com fortes indícios de fraude.
Foram identificados benefícios concedidos sem agendamento e sem a formalização do processo concessório, além da inclusão de falsas contribuições e de falsos períodos de trabalho, notadamente rural.
Segundo as investigações, as fraudes tinham a parceria de um contador de Carangola, que captava os clientes interessados em se aposentar e servia de elo entre estes e o servidor do INSS, que concedia os benefícios mediante o recebimento de propina.
As pessoas beneficiadas pelas fraudes terão as aposentadorias revisadas pelo INSS e serão cobradas a ressarcir à União os valores indevidamente recebidos, sem prejuízo da responsabilização criminal cabível. Considerando a expectativa de sobrevida média da população brasileira, a cessação desses pagamentos irregulares poderá representar uma economia de cerca de R$ 41 milhões aos cofres da Previdência Social, em valores futuros.
Como tentativa de reaver os valores desviados, houve o sequestro de bens imóveis, veículos e ativos financeiros em nome dos investigados.
Por: Click Carangola | Com informações da PF e G1.