As prisões se deram em continuidade a operação deflagrada na noite de domingo (03), quando um rapaz de 29 anos reagiu ao ser abordado por policiais civis, no Terminal Rodoviário de Muriaé, e acabou sendo baleado, morrendo ainda no local.
Em entrevista coletiva, no início da noite desta segunda (03), na sede da 4ª Delegacia Regional da PC em Muriaé, no bairro Safira, representando a Agência de Informação e Inteligência Policial da Regional, o delegado responsável pelas investigações, Tayrony Espíndola, deu detalhes do caso.
Ele afirmou que um dos homens presos horas antes, de 44 anos, seria o chefe do grupo, e que o jovem baleado no domingo, Lafaiete Luiz Lima Pereira, era um matador profissional, da cidade de Teófilo Otoni – cerca de 450 km de Muriaé -, que atuava como pistoleiro, executando rivais do bando em Muriaé.
Segundo Tayrony Espíndola, a estratégia de “usar” um pistoleiro de outra parte do estado tinha o objetivo claro de dificultar a elucidação dos crimes.
Ele disse também que Lafaiete é suspeito por mais de 10 mortes na região de Teófilo Otoni e que em Muriaé, a PC atribui a ele três assassinatos, entre eles, o de Marco Aurélio de Souza, de 36 anos, conhecido como “Marco do Santana”, morto a tiros dentro de uma padaria no bairro Santana na noite do dia 3 de abril deste ano.
Quando foi abordado, no fim da noite de domingo (03), além de 5,6 kg de cocaína, Lafaiete portava uma pistola calibre 380 com dois carregadores e o total de 20 munições. O delegado destacou ainda que as munições são especiais, mais letais que cartuchos convencionais e mais potentes que as munições utilizadas pela polícia.
De acordo com Espíndola, as investigações mostraram que Lafaiete estava em Muriaé para matar duas pessoas, mas que as execuções foram adiadas porque os “alvos” não estavam juntos na cidade.
Também está preso o homem de 33 anos que levou Lafaiete de carro até a rodoviária, e chegou a fugir no veículo, mas foi perseguido e capturado.
Em nota oficial sobre a operação, a Polícia Civil informa que todos os suspeitos presos negam as acusações.
Advogado de um dos suspeitos vai buscar revogação da prisão
Procurado pelo jornalismo, o advogado Lucas Cresta, que representa um dos homens presos nesta segunda (04), explicou, via e-mail, que seu cliente foi preso em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Juíza da comarca da cidade de Carangola, que estava de plantão, com base em suspeitas de que o investigado faça parte de uma organização criminosa especializada em tráfico de drogas, além de indícios de autoria de um assassinato cometido no bairro Santana.
Como a acusação envolve crime hediondo, a lei brasileira estabelece o prazo de 30 dias para prisão temporária, prorrogáveis por igual período. No entanto, o advogado destacou que a prisão pode ser revogada e que vai fazer os pedidos cabíveis para tanto, em Belo Horizonte e Brasília.
Lucas Cresta afirmou que está estudando o caso e que a defesa irá se pronunciar de forma mais aprofundada assim que tiver detalhes a cerca das provas, mas adiantou que, baseado em informações as quais disse ter tido acesso durante a ação policial, entende que seu cliente não tem qualquer ligação com as ações e fatos.
Confira as principais declarações do delegado durante a coletiva
Quadrilha muito bem organizada
“O trabalho que a Polícia Civil apresenta hoje é a desarticulação de uma dos maiores grupos criminosos dentro de Muriaé, que movimentava uma quantidade bem substancial de drogas. Para se ter uma ideia, os quase 6 kg de cocaína que estava com o pistoleiro é uma parte do pagamento desse pistoleiro”.
“A gente já está com esta investigação há aproximadamente dois meses. Os elementos que nós temos são realmente bem sólidos, que mostram uma alta articulação, uma divisão de tarefas entre os componentes desta organização criminosa. Eles são extremamente organizados e praticam atividades de forma permanente”.
Rapaz morto era pistoleiro de alta periculosidade
“Comprovadamente ele já foi condenado por um homicídio. Lá na região de Teófilo Otoni, segundo contato com autoridades locais, ele é suspeito por 11 homicídios, e aqui em Muriaé, nós atribuímos a ele três homicídios”.
“Ele foi contratado e estava em Muriaé para executar duas pessoas e o crime não aconteceu porque os alvos não estavam juntos em Muriaé, então o pistoleiro resolveu adiar a execução para um segundo momento, quando tivemos a oportunidade de abordá-lo e ele, infelizmente, reagiu à ação policial e acabou alvejado”.
Confira as imagens:
Por: Click Carangola | Com informações da 4ª DRPC e Rádio Muriaé.