O advogado de defesa, Jorge Alberto Alves Cabral, vai propor nesta sexta-feira os pedidos de revogação da prisão preventiva de Assévio e Carla junto ao juiz da comarca de Monte Carmelo.
Procurado pela justiça por conta de um mandado de prisão expedido pelo juiz de Monte Carmelo, Assévio Silva Branquinho se entregou na Delegacia de Polícia em Patrocínio, no Alto Paranaíba, onde prestou depoimento durante mais de uma hora ao delegado Sérgio Elias Dias.
Assévio Silva Branquinho é suspeito de se passar por médico e de usar o nome e o número de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) do médico Marcelo Abdala Tudéia, que trabalha no Vale de Jequitinhonha. A farsa só foi descoberta porque o CRM em Belo Horizonte recebeu uma denúncia anônima contra o verdadeiro médico, que registrou um boletim de ocorrência.
População de Iraí de Minas está revoltada
Assévio Silva Braguinha era conhecido em Iraí de Minas como doutor Marcelo e trabalhava no Hospital Municipal, o único da cidade, que tem pouco mais de seis mil habitantes. Os moradores estão revoltados com a notícia que ele seria um falso médico.
O agricultor Vigilato Moreira Neto, de 74 anos, morreu no último dia 06 de agosto durante o plantão de Assévio. Na certidão de óbito estava uma das provas que levantaram a suspeita. O CRM pertence ao médico Marcelo Abdala Tudeia, que atua no Vale do Jequitinhonha, na região Norte de Minas Gerais.
A dona de casa Vanilda Limírio levou a filha para consultar com Assévio. Na receita ele escreveu o CRM de um segundo médico, dessa vez de Gilson Brandão Vieira, que também trabalha no hospital de Iraí de Minas.
Assévio teria sido apresentado no hospital pela companheira dele, a médica Carla Eloísa Resende Ferreira, foi presa por policias Civis em Uberlândia suspeita de envolvimento na fraude e levada para a delegacia de Patrocínio. Ela é suspeita de ajudar o companheiro com quem vive há seis anos e, apesar de afirmar em depoimento à Polícia Civil que não sabia que Assévio Silva Braguinha era Médico ou atendia no hospital, o secretário de Saúde de Iraí de Minas, Heleno Vieira dos Santos, contou que ela era contratada desde maio, mas nos últimos meses o marido, apresentado por ela, era quem trabalhava. Ele fazia em média seis plantões por mês, segundo o secretário.
Assévio também assumiu a identidade do médico Marcelo Tudeia em uma rede social na internet. Ele cita que chegou a fazer 60 horas seguidas de plantão. A fotografia usada na rede social foi tirada nessa mesa do consultório onde ele fazia o atendimento. Mas o suspeito não enganou apenas os pacientes. Ele também conseguiu enganar a polícia. No momento do flagrante apresentou um documento que seria a identidade verdadeira dele e fugiu.
O hospital de Iraí de Minas não pediu ao suposto médico nenhum tipo de documento. “Realmente não pedimos documentação. Nem mesmo a identidade para comprovar”, afirmou o secretário.
O falso médico ganhava em Iraí de Minas R$600 por plantão. Assévio também é suspeito de usar o CRM de outro médico: Gilson Brandão Vieira, que também é vice prefeito de Monte Carmelo.
Gilson disse por telefone que não tinha informação sobre o caso e que aguarda agora a investigação da polícia.
O suposto falso médico também atuava em cidades como Nova Ponte e Catalão, em Goiás. Carla e Assévio foram transferidos para a cadeia de Monte Carmelo.
Por: Click Carangola