A própria prefeitura da cidade, segundo a assessoria de imprensa, fornece um caminhão para transportar os móveis das famílias, na mudança. “Estamos dando todo o suporte necessário às famílias. Algumas querem a mudança”, relatou o prefeito, Carlos Roberto de Lima (PT). Quem não quer abandonar a casa trabalha na roça de dia, mas dorme na cidade.
De acordo com o sargento José Paulino Olevate, comandante da Polícia Militar (PM) na cidade – que tem menos de 5.000 habitantes, segundo a prefeitura -, o que mais assusta a população é a violência que envolve os crimes. Os bandidos torturam as vítimas e as mantêm sob a mira de armas por ao menos duas horas, enquanto vasculham as casas e levam o que encontram de valor. “A cidade é muito tranquila e sem crimes. A motivação dessa onda de roubos é que os criminosos sabem que quem mora na roça guarda o dinheiro do 13º salário em casa”, argumentou Olevate.
Já foram levados ao menos R$ 22.060 em dinheiro, R$ 7 mil em cheque, três celulares, duas motos, capacetes, cartões de crédito e débito, uma cela, uma motosserra e um pássaro.
Terça-feira, a PM prendeu os irmãos Márcio Eli Martins, 36 – com passagem por furto e porte ilegal de arma – e Luiz Antônio Martins, 38, suspeitos de integrar a quadrilha. Na casa de Luiz, havia duas toucas ninjas, um revólver roubado, munição e uma arma – que uma das vítimas disse ter visto com um criminoso durante o roubo.
A migração da zona rural para a urbana é criticada pelo especialista em segurança pública Robson Sávio. “As pessoas têm que exigir do poder público o direto à segurança. É um engano elas pensarem que vão ter mais segurança na área urbana”, ponderou.
Município vai pedir ajuda ao estado
“Estamos em pânico, nunca vimos isso por aqui”, declarou um morador da zona rural de Oratórios, que foi vítima, junto com a família, da ação da quadrilha. Ele contou que cerca de seis bandidos chegaram à sua casa quando todos estavam dormindo. “Nos agrediram, deixaram tudo revirado e depois de várias horas, levaram dinheiro e outros objetos”, detalhou o homem, com a condição de ter o nome preservado.
Na busca pela volta da tranquilidade na cidade, o vice-prefeito Ari Leal Soares (PSD) se reúne com a Polícia Militar (PM) de Minas Gerais na capital, nesta semana, para pedir reforço na segurança da cidade.
Enquanto isso, diariamente, os cinco militares do município fazem rondas noturnas na zona rural, para inibir os crimes. Já a Polícia Civil de Ponte Nova espera concluir a investigação sobre os crimes neste mês e prender os homens da região suspeitos de compor a quadrilha, já identificados. Com informações do jornal O Tempo.
Por: Click Carangola | Sugestões de pauta: clickcarangola@gmail.com