A divisa entre o Espírito Santo e Minas Gerais irá mudar em pelo menos sete municípios capixabas.
A decisão, anunciada esta semana pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), foi fruto de um cruzamento entre os mapas registrados pelos dois estados e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os documentos confrontados foram criados em meados dos anos 60 pelo Exército brasileiro.
A maior alteração acontecerá no Noroeste do Estado, mais precisamente no município de Ecoporanga, que ganhará 33,2 km². Outras cidades, como Água Doce do Norte, Barra do São Francisco, Mantenópolis, Baixo Guandu, Ibatiba e Iuna, também terão seus limites transformados perdendo, juntas, cerca de 10 km². Segundo o chefe de Geografia e Cartografia do Idaf, Vailson Schneider, a redução não causará prejuízo relevante a nenhum dos municípios.
De todas as mudanças propostas pelo IDAF aos cartógrafos mineiros, a única que gerou divergências foi a do estabelecimento da divisa no município de Dores do Rio Preto, na região do Caparaó. “A divisa na região é estabelecida pelo Rio Preto. Só que o curso do rio se divide em dois córregos em sua nascente; Minas Gerais reconhece um córrego como limite e o mapa capixaba considera o outro”, explicou Schneider. O especialista ressaltou, ainda, que o mapa nacional do IBGE converge com o do Estado.
A região em questão é a que abriga uma das entradas do parque do Pico da Bandeira, monte mais alto do Sudeste e o terceiro do Brasil. Segundo dados da administração do parque 78% da área está localizada no Espírito Santo. De maio a setembro de 2014, 42.800 pessoas passaram pelo parque, 70% delas chegaram pela entrada na cidade capixaba. Com a mudança em discussão esse portal passaria a ficar em terras mineiras, o que poderia trazer perdas econômicas à cidade.
A possibilidade de perder o terreno de entrada do parque do Caparaó preocupou moradores de Dores do Rio Preto. “A cidade aqui é uma cidade turística por causa do Pico da Bandeira e se mudar a entrada para lá, não vai ser bom para Dores do Rio Preto”, afirmou a aposentada Nelma Moraes.
Por: Click Carangola | Com informações Folha Vitória.