Reaproveitar o que não tinha mais serventia sempre foi um desafio para a artesã Simone Oliveira, natural de Carangola. Apoiada pelo Programa Sebrae de Artesanato (PSA), ela encontrou no filtro de café usado uma oportunidade de negócio. O que antes ia para o lixo, agora está sendo vendido em vários estados e também exportado.
Há 25 anos, Simone, que trabalhava na lanchonete do pai, começou a fazer artesanato para complementar a renda da família. E decidiu inovar na produção de luminárias feitas com os filtros de café usados.
“Depois de pesquisar outros tipos de papel como matéria prima, vi que o filtro oferecia um efeito luminoso diferenciado. Comecei a reutilizar os filtros da lanchonete que eram jogados fora. Foi assim que encontrei uma maneira barata, lucrativa e ecologicamente correta de fazer artesanato”, conta a artesã.
O negócio deu certo, tanto que a lanchonete fechou as portas e a família foi trabalhar na produção do artesanato. A artesã recebe doações de filtros usados ou compra o material. Para cada luminária de aproximadamente 40 centímetros, Simone gasta nove coadores, ferro, tela galvanizada e rami (fibra vegetal). Segundo ela, a coloração dos filtros depende do tipo de café coado. “O material pode ficar com uma cor que varia do bege ao marrom dependendo se é um café mais forte ou mais fraco”, explica.
Para melhorar o acabamento dos produtos e iniciar a gestão do seu negócio, Simone participou do PSA. Nos treinamentos, ela aprendeu sobre a gestão do negócio e as diversas etapas da cadeia produtiva do artesanato. “Não sabia precificar meu produto e nem tinha linha de produção. Com o Sebrae Minas aprendi a importância da gestão e a necessidade de buscar, constantemente, um design diferenciado e funcional”, explica Simone.
Em 2003, a artesã criou sua própria marca, a Brasil Pitanga. Com 30 funcionários, a empresária produz cerca de 1.200 peças por mês, entre luminárias, adornos decorativos e móveis. Para facilitar a abertura de novos mercados, Simone participou de várias feiras e eventos do segmento com o apoio do Sebrae. Além disso, teve seus produtos divulgados no Catálogo de Artesanato Minas Gerais, um importante instrumento de divulgação do artesanato mineiro.
“Essas ações contribuíram para ampliar meu mercado de atuação. Hoje, 70% da minha produção vão para as regiões Sul e Sudeste do país. Em setembro deste ano abri uma loja conceito, em Campinas, que tem como público alvo designers e arquitetos paulistas. Além disso, exporto para Israel e estamos em negociação com os Estados Unidos”, comemora a artesã.
Pela qualidade do produto, a artesã venceu duas edições do Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato, que reconhece as 100 melhores unidades produtivas do setor artesanal no Brasil.
Por: Click Carangola | Com informações Sebrae.