Foi inaugurada, na manhã desta segunda-feira (06), nas dependências da Penitenciária Dr. Manoel Martins Lisboa Júnior, na Chácara Leblon, a Fábrica de Vassouras “Caminhos da Liberdade”, na qual irão trabalhar vinte detentos da unidade.
O projeto é fruto de uma parceria entre seis detentos, que doaram a mão de obra inicial, e a Pastoral da Sobriedade, responsável pelos materiais para construção do espaço e confecção dos primeiros lotes de vassouras.
“O importante é que iremos trabalhar não só com a questão da diminuição de pena, mas também com a oportunidade que os detentos estão tendo de conviver novamente com o trabalho, de respeitar regras, horários e também os colegas”, destacou a coordenadora da Pastoral da Sobriedade, Lucimar Souza Freire.
A solenidade de inauguração contou com a presença da secretária Municipal de Educação, Maria Cristina Aquino, que representou o prefeito Aloysio Aquino; da secretária Municipal de Administração, Daniela Guarçoni; do Defensor Público Marcos Tarcísio Silva de Castro; dos vereadores Jair Abreu e Manoel Carvalho, entre outras autoridades.
Também participaram da cerimônia o Bispo da Diocese de Leopoldina, Dom José Eudes; e o pároco da Igreja Nossa Senhora da Conceição (Barra), Monsenhor Muniz. Eles abençoaram o espaço de trabalho com água benta e fizeram orações de agradecimento a Deus: “Esta é uma bela iniciativa da Pastoral da Sobriedade, um projeto que eu espero que sirva de modelo para outros presídios, dando oportunidade para que nossos irmãos desenvolvam seu trabalho, e que nossa sociedade se comprometa em ajudar aqueles que precisam e necessitam”, disse o Bispo.
Para o defensor Público Marcos Tarcísio, a fábrica representa uma oportunidade de reinserção dos detentos na sociedade: “Esta é uma vitória muito grande da sociedade civil. É uma forma de tentarmos ressocializar a comunidade carcerária que temos hoje em Muriaé, pois, com certeza, todos que aqui estão irão sair um dia. Então, temos que nos preocupar para que saiam daqui com um ofício, conscientes de seu trabalho, sem intuito de voltar a praticar crimes”, justificou.
A Fábrica
Com o nome de “Caminhos da Liberdade”, a Fábrica de Vassouras irá garantir trabalho a 20 detentos da unidade. Cada um irá receber, por mês, três quartos do salário mínimo (cerca de R$ 500,00), além de ter sua pena redimida, na proporção de um dia a menos de sentença a cada três dias trabalhados.
A fábrica, que irá produzir, mensalmente, cerca de 1.500 vassouras, contará com dois setores: um onde irão atuar os presos que cumprem pena em regime fechado, e outro para os detentos do regime semiaberto.
Visando incentivar a produção sustentável com materiais recicláveis, também serão produzidas vassouras de garrafas pets, a partir do recolhimento do material pela cidade. Neste sentido, serão firmadas, em breve, parcerias com escolas locais para o recolhimento das garrafas, a serem trocadas pelas vassouras produzidas na fábrica.
Em seu pronunciamento, o diretor Geral da Penitenciária, Francisco Alves da Silva Neto, disse que este é apenas o começo de vários outros projetos que deverão ser implantados no local: “Muitas vezes, a sociedade não sabe o que acontece entre os muros da penitenciária e não tem noção da capacidade que existe aqui dentro. Estamos com nossos portões abertos para aqueles que quiserem ajudar o sistema prisional a inserir estes detentos novamente na sociedade, pois capacidade eles tem, falta é oportunidade”.
Ainda segundo o diretor, existem dois estudos para a destinação das vassouras: um é fornecer os produtos para os órgãos e instituições do Estado, o outro é fornecer para o comércio local. Com informações da Rádio Muriaé.
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Por: Click Carangola | Sugestões de pauta: clickcarangola@gmail.com