Produtores realizam protesto nesta manhã de segunda-feira, dia 01/07, no trevo de Realeza, distrito de Manhuaçu. Eles querem parar o entroncamento das duas principais rodovias da região, as BRs 262 e 116. Pode haver queima de sacas de café em protesto contra a falta de apoio, os preços baixos e pelos custos altos de produção.
Acompanhado a onda nacional de protestos, os cafeicultores das Matas de Minas vão manifestar sua insatisfação. Em pleno período de colheita os produtores estão enfrentando dificuldades para arcar com os altos custos da mão de obra para colheita, que no geral chega a representar 40% do custo total do café na região de montanhas. Os baixos preços do café, que são os menores recebidos em quatro anos, agravam ainda mais a crise.
O presidente da Associação de Agricultura Familiar do Leste de Minas Gerais, Admar Soares, fala que os cafeicultores estão se mobilizando e que pode haver queima de sacas de café como forma de protesto pelos baixos preços. “A produção está em alta, mas o mercado não está ajudando”, conta Admar.
“Em 1994, uma saca de café nosso tinha o mesmo valor do salário mínimo, mas hoje é comercializada a menos de R$ 260,00, porém os custos são maiores que este valor. Os agricultores familiares estão enfrentando muitas dificuldades”, afirma.
Segundo o produtor de café, Leonardo, “será reivindicado que os governantes olhem para a cafeicultura, principalmente nós que somos da região das Matas de Minas, pois estamos pagando para trabalhar. É isto mesmo, nossa produção é bem mais cara do que a venda da saca de café,” defende.
Produtores reclamaram que o preço está levando os cafeicultores a trabalhar no prejuízo numa situação que comparam a escravidão para o mercado.
O presidente do Sindicato Rural de Manhuaçu, Lino da Costa e Silva, conta que os produtores estão trabalhando muito para ter prejuízo, vendendo café a R$ 250,00, para pagar a colheita.
Já outro produtor questiona a falta de apoio do governo para o setor: “Será que as autoridades que determinam as regras da atividade cafeeira não aprenderam que a colheita começa em Maio todos os anos e que as medidas tem de ser implementadas no tempo certo?”.
Outra parte da reivindicação do setor é justamente a prorrogação dos prazos para pagamento do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Eles querem isenção do pagamento pelos próximos dois anos.
O protesto começará às 9 horas em Realeza. Existe a possibilidade do grupo se mobilizar para seguir até a cidade de Manhuaçu e promover um segundo ato em frente ao Banco do Brasil, que cuida dos contratos do Pronaf. Com informações do site portalcaparao.com.br.
Por: Click Carangola | Sugestões de pauta: clickcarangola@gmail.com